Friday, April 22, 2011

Wagner faz a barba por uma boa causa

A pergunta que não quer calar é o porquê de o governador baiano ter decidido tirar a barba em troca da doação, pela Gillete, de R$ 500 mil para o Instituto Aírton Senna.

Terá sido inspiração da performance da "viúva" do corredor, a pin up Adriane Galisteu, nas ilhas gregas, "depilando a crica", como dizia o clássico poeta Bernardo Guimarães?

Ou teria sido o receio de, ao doar para uma instituição de nosso Estado, gerar ciúmes e ser obrigado a outros episódios depilatórios - o que o reduziria à situação de sósia de Espiridião Amin? Afinal, o catarinense já faz parte da base de Dilma.


Wagner, o governador baiano, depois da depilação, ficaria parecido com Amin, o eterno senador catarinense?

Como avaliamos o julgamento alheio

A neurocientista Rebeca Saxe dá um show ao explicar como as pesquisas demonstram a forma como desenvolvemos a capacidade de interpretar - e julgar - o pensamento e os atos das outras pessoas, e onde essa habilidade funciona em nossos cérebros.

Veja abaixo. Escolha o idioma em que deseja ver a legenda. Vídeo hospedado no TED.


Tuesday, April 19, 2011

PSDB se tornou o partido da direita e dos ricos

Está na hora de trocar o tucano pelo gavião?
 

No blog da Dilma podem-se ler trechos da entrevista que o ex-ministro de FHC, Bresser Pereira, deu ao jornal Valor Econômico:

O ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira acaba de eliminar seu último vínculo com a política institucional: declarou-se desligado do PSDB — que, segundo ele, caminhou de forma definitiva para a direita ideológica. O desligamento partidário marca também o retorno do intelectual à sua origem desenvolvimentista.
Em entrevista a Maria Inês Nassif, do Valor Econômico, Bresser-Pereira admite que não escapou à sedução do neoliberalismo, nos anos 90. Mas define uma diferença de origem entre ele e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como intelectuais: o nacionalismo. Segundo o ex-ministro, a teoria da dependência associada, de Fernando Henrique, caiu como uma luva para a esquerda americana — não por intenção do autor mas por conveniência do “império”.

No governo, FHC não se contradisse: a teoria da dependência associada pregava o crescimento do país com capital externo. O caráter não nacionalista dos governos tucanos era absolutamente compatível com a teoria da dependência associada do intelectual Fernando Henrique.

Leia no blog da Dilma trechos da entrevista.

É Bresser Pereira quem diz: "Eu estava fazendo a reforma gerencial, que era uma reforma essencialmente para fortalecer o Estado social, pois era a reforma dos serviços sociais e científicos do Estado. Mas fiquei surpreso com duas coisas dentro do governo: uma, que não havia nenhuma perspectiva nacional, não havia nenhuma distinção entre empresa nacional e estrangeira."

Muito pelo contrário: Fernando Henrique dizia forte e firmemente que não havia essa diferença, que era tudo rigorosamente igual — e isso é bobagem, é coisa que os americanos e europeus contam para nós, mas nunca praticaram. Aquilo me deixava muito incomodado. E a outra coisa que me deixou muito incomodado foi a política econômica.
(...)
Fiz dois papers. Um, que se chama “O conceito de desenvolvimento do Iseb” e outro, mais interessante, que se chama “Do Iseb e da Cepal à teoria da dependência”, em que vou fazer a crítica da dependência.

Foi em 2004. Para fazer esse paper, fui rever as ideias do Fernando Henrique. Eu sabia que ele tinha deixado de ser esquerda, mas eu também tinha deixado um pouco de ser esquerda. Eu continuava um pouco e ele tinha deixado de ser mais do que eu. Mas o que não era claro para mim era a parte nacionalista, a parte de poupança externa, essas coisas.

Aí fui ler outra vez o livro clássico dele e do Enzo Faletto (Dependência e Desenvolvimento na América Latina). E vi que Fernando Henrique estava perfeitamente coerente. O que é a teoria da dependência? É uma teoria que vai se opor à teoria cepalina, ou isebiana, do imperialismo e do desenvolvimentismo, que defende como saída para o desenvolvimento uma revolução nacional, associando empresários, trabalhadores e governo, para fazer a revolução capitalista. O socialismo ficava para depois.

(...)Fernando Henrique e o Enzo Faletto disseram que (...) as multinacionais é que seriam a fonte do desenvolvimento brasileiro, cresceríamos com poupança externa. Era a subordinação ao império. Claro que o império ficou maravilhado. A teoria da dependência foi um grande sucesso — os outros liam e faziam suas interpretações.

Na prática, era uma maravilha: a esquerda americana, que se reúne nas conferências da Latin America Student Association, nos Estados Unidos, encontrava um homem democrático de esquerda que via nos Estados Unidos um grande amigo na luta pela justiça social. Quando fiz essa revisão, estava começando a romper com o PSDB.